Sunday, September 28, 2008

Eu-ideal

O meu eu-ideal saberia todas as línguas do mundo, teria dez quilos a menos, coragem para dirigir, cara brava e resistiria à tentação do açúcar.

E, claro, haveria lido todos os clássicos, modernos, contemporâneos. Entenderia de cinema, arte, teatro. Ainda teria tempo para ficar a toa e ter feito tudo isso.

(também teria sapatilhas vermelho-ferrari e verde-floresta)

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Wednesday, September 24, 2008

dói

vai doendo apertado, esfrega o olho e o rímel mancha tudo de preto. os olhos vermelhos encharcados não conseguem ver nada no espelho. e vai doendo apertado, lá no fundo, bem fininho. dói.

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Saturday, September 20, 2008

Para João

João,

tempo difícil sempre há. E como eu já virei um disco repetitivo de auto-ajuda, digo de nuevo: fugir não resolve. Ir embora de vez é maldade comigo, que gosto das gracinhas. Esquece tudo um minuto, passa uma água no corpo, água quente. Fica quieto no banho de quase uma hora e nem se lembre da ecologia. Deixe o ralo levar boa parte das inquietudes. Deixe as mãos ficarem enrugadas e saia com muito frio ao abrir box.

enrole-se em um roupão e se seque sem pressa. Perca meia hora se olhando no espelho do banheiro (e ainda faça desenhos lá. Desenhos engraçados, tipo um arco-íris. Escreva seu nome ao contrário). Pronto, estique-se pela enésima vez. Mesmo que o sorriso esteja longe de surgir, doesn't matter, friend.

vá à padaria, compre os carboidratos que gostava quando criança. Entupa-se (e aproveite, já que o metabolismo é seu amigo). Vá jogar futebol com a camisa verde que, ainda-não-sei-o-motivo, lhe cai bem. Corra muito. Saia do muquifo no meio da diagramação de uma matéria chata e veja se a grama está mais verde. Perceba as nuances. Finja fazer fotossíntese, tome água e volta (e claro, não se esqueça de me chamar).

ria da piada do menino que chamou o pai para dentro, mesmo que ela seja sem graça. Na verdadem ache-a idiota e fique com aquela cara sua de "por que diabos vocês não calam a boca e perdem tempo com isso?". I love it. Roube a Ilustrada antes dos outros. Use havaianas e deixe os pés respirarem.

respire você. Deixe que te façam massagem. Cuide de você. Ria do superficial e da organização medíocre do santo dia. Use o RayBan dentro da sala. Alugue 27 dresses (em português, Vestida para casar) e não se pergunte por que fez isso. Aproveite para matar a saudade de New York, do metrô que funciona, das pessoas na rua com cara de figurantes, do Starbucks, de blueberry (essa parte é minha), do ar que só a big apple tem (e que 27 dresses também mostra).

e se mesmo assim não encontrar um sentido, não se preocupe. Se tudo fizer sentido um dia, não tem graça. Só tem graça se José ver João bem. Aí sim, José vai colocar os óculos iguais aos seus e convidar para um café a toa (e deixe José pagar este).


Um abraço apertado de verdade e um beijo e um queijo,
seu brother, José.

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Wednesday, September 17, 2008

Love song

O bom das músicas adolescentes em inglês, daquelas que você ouve uma vez e parece que já conhecia a letra há mil anos, é que elas vão realmente ficar tocando o tempo todo. Aí, quando você acha que passou, se pega cantando.

"I'm not gonna write you a love song / 'cause you tell me it's / Make or break in this / If you're on your way / I'm not gonna write you to stay / If all you have is leaving / I'm gonna need a better /Reason to write you a love song today"

E depois, começa a fazer caras e bocas. É quando o ar volta ao cérebro e o sangue resolve circular: trocamos por um instrumental e, ufa, tem salvação. É engraçado.

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Dia desses, quando eu ficar dormindo acordada, vou acordar e pensar que ainda durmo. Actually, é a melhor parte do fim de semana (mesmo que o resto do mundo pense o contrário).

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É bom que esse riso bobo que os olhos quase fechados (culpa das bochechas) fazem brincam com o sorriso que aparece outrora. Vai brincando, vai.

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Mãi suja de giz é para os fracos. Os fortes decoram tudo e, no máximo, anotam na agenda (filho de deuses somos).

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Tuesday, September 16, 2008

Fica o jazz

Então que você vai ouvir jazz e ler o artigo sobre a cobertura norte-americana de economia no momento de crise, coloca a cara "iwannabethechief" e voilà.

Voilà que acaba assinando a newsletter da Vogue France e da Vanity Fair. Artigo que é bom, nada. Deixa pra amanhã. Fica só o jazz.

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Tuesday, September 02, 2008

aleatórios

Daí que tava todo mundo envolvido nas questões de gente grande e com roupa de gente grande usando verbos de gente grande. Então, veio a gente grande de verdade, gritou, deu tapa na mesa e obrigou todo mundo da sala a virar gente grande.

Eu, que não tava lá, fiquei olhando as barbies. Mais tarde, a amarelinha me espera -- enquanto isso, vou brincando com máquinas de lavar.

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Há toda essa mágica de que cortar cabelo é vida nova e pá. Mas, sabe, bem que eu gostava da velha vida debaixo da árvore a tarde toda fazendo pê-êne. Enfim, tentei deixar crescer, só que o cabeleireiro (uia!) não. Ouquei. Hello, new life (or new mirror, I would say).

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Que mané quadro, o quê, rapá.
Que mané epistemologia, o quê, rapá.
Que mané flertezinho, o quê, rapá.
Que mané buatchy, o quê, rapá.
Que mané gente grande, o quê, rapá.
Que mané discussão, grito, prepotência, ego, o quê, rapá.
Que mané aula, o quê, rapá.

Sou mais sair no meio do circo em chamas, tomar minha água, olhar o jardim bonitinho e bater um bom papo no banco de madeira com gente legal.
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Idéia genial. Trabalhosa, mas genial. Trabalhosa (porque vai implicar em abdicar um bom tempo que era destinado à leitura). Mas genial. I'll take it, dear Watson.

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E digo logo que não empresto a minha, que fico com ciúme do idiota, que a minha cara mente, que as minhas idéias são de vênus e que todos se mudaram pra marte.

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Pra terminar o dia, caía bem aquela piña colada na frente do lago. Mas agora virou modinha e eu nem queria mesmo...

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