Monday, April 30, 2007

coloque um titulo aqui.

Eu quero o silêncio quieto com o cheiro da chuva que cai deliciosamente na grama. Tudo verde, úmido e sem impressora. Sem cartuchos vazios. Sem milímetros. Sem preocupação. Sem peso 2. Sem titulos para inventar.






Nos perdemos em nosso abraço no mundo nosso. Somente nosso (escondidos do resto dos mortais, pois nos fazemos imortais aqui desse lado).

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Saturday, April 14, 2007

Desfile.

Eu quero escrever bastante, mas já tenho que escrever bastante em outro lugar. Na verdade, eu quero mesmo é escrever frases densas no meu corpo todo de caneta esferográfica preta. Aí, coloco um sobretudo branco – pra contrastar com a pele morena e se sujar com a minha chuva particular – e saio.



Depois eu arranco a pele e viro um raio de sol.

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Wednesday, April 11, 2007

Revela.

Meu caro dear Watson,

Hoje, a porta abriu sozinha e eu queria que fosse você a entrar. De coração. Na verdade, ele – esse coração tolo – late solitário. Tenta bater, sabe? Ele conhece outros sorrisos, bem amigos.
Bateu uma vontade de jogar aqueles cds de música lenta na parede. Esmurrar. Gritar com eles. Queimar. Ver a fumaça. E cair no choro. Caída, dear Watson. Ajuda-me a levantar. Atropelei-me em minhas confusões e ilusões. Eu comecei a mancar depois disso. Aí, hoje me atiraram com tudo em movimento e fiquei estática.
O meu rosto chora lágrimas secas. O sangue nem corre, fraco. É a morte? Não. Dizem que vem uma luz branca e paz. Eu vejo tormento. Eu estou no chão. Faço parte dele. Sou ele. Sou a poeira batida e os germes pulam em mim. Eu estou nada.
Dear Watson, senti o vazio entrar. Virei o vácuo inabitável.
Sou repugnante. Minto para mim e sorrio para os outros. Despejo infindáveis caminhões de raiva nos cds. E o único que sabe disso é meu estômago. Ele é a única parte que realmente presta aqui, apesar do diagnóstico do doutor. Ele me dói. E avisa que estou errada.
Quero romper tudo isso. Quero que o ácido clorídrico corroa, impiedosamente, o resto meu. E depois de morta, renascerei. Sexta passada, pensei que estivesse morta. Não. Agonizava. Só preciso aceitar isso. Difícil, querido. Difícil.
É morrer. Estranho. O meu medo virou realidade: morri sem ninguém, longe dos outros. Eles vêem alguém que eu queria ser. E passo longe disso. Então, meu bem, jaz aquela que mentia para si mesma. Enganou-se a tal ponto de acreditar em suas próprias mentiras. Hipócrita, morreu.

Vejo sua bengala marrom parada. Não sinta pena. Isso, sorria. Sortuda, nasci agora e já ganhei um colo que me faz olhar o céu azul. Bom sinal, você entrou na minha porta e eu topei entrar na minha também. De verdade.

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Tuesday, April 03, 2007

Go on, girl.

Garota,
Pegue o rímel e passe com vontade. Jogue seu cabelo de forma natural e coloque aquele vestido básico. Então, com ‘Old Devil Moon’ – pode ser com Jamie Cullum ou Frank Sinatra – você vai abrir o sorrisão.

Menina, divirta-se. Pelo menos nessa noite, viva para e por você. Sabe aquele perfume maravilhoso? Use-o sem moderação. E quando disserem que você precisa de alguém para acompanhar, sinta a música. Afinal, ficar sempre dentro de casa a ouvir ‘All by myself’ causa sérias olheiras e ninguém aqui quer usar corretivo e base sem motivos.