Dear Watson,
vamos misturar
Naquela Estação com
I Just Don't Know What To Do With Myself. Vamos saber que é tudo impulso e que a única coisa fulminante em mim são as minhas mortes. Aliás, morrer é intransitivo. Não sei porque eu morro e depois morro de novo. Sempre de supetão.
il est returné. Atravessou o oceano, faz um trabalho bonito e eu sou burocracia. But, my dear, it doesn't matter at all. A gente sabe que qualquer ação é impensada e eu não sei viver sem pensar, sem medir, sem calcular. Pena.
aí, eu pensei rapidamente em mudar a minha passagem e fazer um desvio louco até lá. Agora me diz: para que? Para que? Para morrer de novo. Só pode. Morrer de novo, tão fulminante que eu voltaria um nada, um ser que não sabe mesmo o que quer.
na verdade, eu acho que sei o que quero. Mas nem dá pra viver de achismo, então eu não sei. Vou ter filhos, conhecer a Europa, falar alemão, ter cachorros, aprender a cozinhar e ainda assim não saberei o que quero.
só sei de uma coisa. Gosto do fulminante, da maneira que essa palavra é dita e do jeito que ela entra na minha vida. E também de como ela vai embora de uma vez, estraçalha o meu peito e me deixa andando sozinha pela grama.
Mas aprendi a tomar café só. E não sei o que quero, nem vou saber.
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