Wednesday, March 21, 2007

Pequenina

E então ela ficou toda pequenina, diminuiu logo – antes que ele percebesse. A areia já era bem maior que ela e podia brincar de roda com elétrons. Foi aí que, na pequenez, ele a encontrou. Ah, não! Teve medo, teve medo. Medo, enorme.
Enquanto ele a examinava por sua lupa que conta a verdade, ela crescia. Ainda continuava menor que ele. Ah, a chama se fez. Ela temia os raios solares e agora queimava. Teve vontade de gritar, mas ela mesma era um grito.

Ela era o grito, o pedido, a súplica. Ela era a verdade. Ela era a verdade e nela estavam tatuadas com caneta azul todo sentimento. Daquela vez, o autor não a jogara na gaveta, no escuro, no olvido forçado.

Amassou-a, triste. Ele não a entregaria, porém a achou ali. ‘Melhor que vire cinzas’. Ela, tão pequena, virou. Ela era a frase, o ‘eu te amo’, que queimou. Queimou, faleceu e desapareceu. Bem pequenina.

Thursday, March 15, 2007

Morte massificada de pequeninas.

A pequenina chega e passa pela tela. Estranho. Sua coleguinha vem nas teclas e, AH!, eu digito errado. A última vez que houve formigas em bando aqui foi quando esqueci o potinho de iogurte aqui. Muitas, muitas. A sobra branca transformou-se em escuridão e elas, as formigas, se multiplicavam exponencialmente por mitose, brotamento e meiose. Além da clonagem super rápida – ou alguém duvida que as formigas já sabem como clonar?

Então, virou a casa da mãe Joana. Mais conhecida atualmente como ‘Meu Computador’. Claro que tento resolver o problema. Espirrar remédio-contra-insetos seria uma boa idéia, mas o computador e suas peças podem não gostar. Ou pararia de comer perto do computador. Considerando os fatos e motivos particulares – dava muito pra escrever ‘particulares de minha pessoa e somente meus’, bem pleonástico – eu não creio que seja inteligente.

Logo, comecei a matar TODAS as pequenas que aparecem por aqui. Meus dedinhos são fortes e ágeis – nada de irem embora, Eliana! Quando o computador ficava no chão, tudo bem nada. Elas tem um sulco nas madeiras e saem de lá – ali, creo yo, funciona a clonagem delas – para passear por aqui. Coloquei na mesinha de plástico e elas continuam. Mudei de cômodo e elas continuam. Até na mesa da sala as criaturinhas de milímetros perseguem.

Um: ou o computador teve açúcar envolvido nas suas peças.
Dois: quando muito tempo ligado, exala algo que excita as pequeninas.


Enquanto não decido o três, vou matando grosseiramente. Saco, o dedo ficou marcado na tela.

Tuesday, March 13, 2007

Na rede.

Nem é caro ser feliz. Pegue uma rede, se jogue nela e pronto. Quem disse que a felicidade só começa depois que o Charming Prince chega? Ah, não. A rede, por si só, já é toda a alegria. Ela é barco viking, montanha russa, cavalinho, kamikaze, barco e balanço.
Então, eu balanço, balanço, balanço bem lá no alto e volto. Balanço de novo, bem mais alto e caio. Bato a cabeça no chão, dói. Aparece um galo e’aaaaaaaaahhhhhhhhh, mãe, ta doendo’.



Depois da soneca, volto pra ela. O Charming Prince fica pra outra, ela fará mais proveito dele.

Thursday, March 01, 2007

A corrida.

Toda vez que ela pára de correr, ele vem e tenta alcançá-la. Quando consegue, ele corre. Aí, ela tenta correr com seu fôlego curto. Toda esbaforida, desiste. Ele vem, mas, ah, que trabalho. Melhor deixar para uma atleta.



Saquinho, viu? Que bananinha.