Friday, September 07, 2007

Alexander

Alexander veio meio branco com uns toques de melanina. Esbelto. “Peça uma água, é muito doce”. Pedi, mas outros a beberam em meu lugar. Enquanto eles falavam sobre qualquer coisa – é importante ver que eles só conversavam – eu deliciava Alexander. Bem que eu soube logo, era muito bom.

Os meus lábios o tocaram, com frio. Ele também sentia. Éramos uma mistura de tato com paladar ou éramos, na verdade, os dois sentidos transformados em um, em nós. Os homens da outra mesa olhavam horrorizados. Um deles com uma blusa da Ferrari e com seus 40 anos pediu outro balde de cerveja. Fitava-nos demasiadamente. Nem ligamos, eu e Alexander.

Até que uma hora ele desceu por completo pela minha garganta e virou parte de mim. Foi pertencer às minhas células, alimentar meu fígado e bambear minhas pernas quando tentei me equilibrar no meio-fio. Li que ele era o mais desejado entre as mulheres. Sem dúvidas, concordamos que ele é charmoso, gostoso e clássico. Naquela noite, ele foi meu. Alexander custou nove reais e era feito com 2/4 de licor de cacau, 1/4 de conhaque, 1/4 de creme de leite batido e uma pitada de canela.

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3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

hahahahahaha, muito bom!
quanto álcool, hein.
alexander, alexander...

9:12 AM  
Blogger Unknown said...

marina bêbada! :~~
=)

7:20 PM  
Blogger la texana said...

awesome!

9:15 AM  

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