Thursday, November 30, 2006

Saiu.

O choro pra fora, a lágrima seca. Seca adjetivo, seca verbo. O nó não jaz mais aqui dentro. Amém e além. O choro foi-se embora, saiu assim numa noite fria e enrolado em um edredon. Interiorizou-se no travesseiro, empapou tudo. Fungou. Não havia motivo ou inquietação, mas ele precisava sair. O choro já me aborrecia antes quando dentro de mim. “Assim você fica mais humana, mais perto do sentimento”. Não.
O meu choro é sem humano. Porque o meu humano se confunde com a minha essência e ela quer rir. O meu choro chorou porque, finalmente, se deu conta de que não dava mais. E jogou o ponto final na minha cara, brutalmente. Pra ver se assim eu via logo que não não não não não. Teimosa.
O choro evidenciou a saudade sua, você que não lê e não sabe disso aqui. Ou talvez tenha visto quando a gente se viu. Havia o terceiro elemento. O terceiro elemento, que você disse não ser o motivo do ponto. O terceiro elemento agora é dono das reticências que eu queria.
Pretérito imperfeito. Queria. O choro ajudou, saiu. Quem queria não quer mais. Aquela tarde embaixo da arvore, apoio do banco de concreto e a correria me fez ver que não. Sabe, a teimosia é toda minha. Nunca falei isso, só que eu morria de vontade de ver novamente. Morria, pretérito imperfeito também. Então, o terceiro elemento virou seu par, vocês viraram plural e seguem com suas reticências.
Eu assumi a fôrma singular e a aceitei. O choro saiu um pouco dolorido e, mesmo chovendo lá fora, sou a que está bem perto do sentimento. Feliz e sinônimo de sorriso.

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